Desindustrialização de Municípios

Desindustrialização de Municípios

Por: Elton Freitas

Recentemente apresentamos que houve redução da participação do emprego industrial em relação ao emprego total em 48,8% dos municípios brasileiros.

Dentre esses municípios, destacamos os 25 com maiores perdas de participação do emprego industrial, 16 estão na região Sudeste, 5 na região Nordeste e 4 na região Sul. Itapetinga/BA foi o que apresentou a maior redução (18,8%) na participação do emprego industrial entre 2010 e 2016, uma queda de mais de 9 mil postos de trabalho.

Principais municípios com redução da participação do emprego industrial

UF Município Participação (%) do emprego industrial (2010) Participação (%) do emprego industrial (2016) Variação da participação (%) do emprego industrial (2010-2016) Variação emprego industrial (2010 – 2016)
BA Itapetinga 67,0 48,2 -18,8 -9.511
CE Maracanaú 58,1 43,4 -14,7 -4.292
CE Sobral 52,2 38,6 -13,6 -4.490
MG Ipatinga 31,8 19,2 -12,6 -13.158
SP Jaú 38,2 26,1 -12,0 -5.197
CE Horizonte 78,1 66,2 -12,0 -5.689
AL Coruripe 71,4 59,8 -11,6 -4.534
SP Birigui 56,9 45,7 -11,2 -4.875
RS Caxias do Sul 48,8 38,2 -10,7 -25.340
RS Campo Bom 61,6 51,6 -10,0 -2.120
SP Santa Bárbara d’Oeste 47,2 37,5 -9,7 -2.619
SP Arujá 45,7 36,2 -9,6 -909
SP Diadema 53,7 44,3 -9,4 -20.425
PR Cambé 40,9 31,7 -9,2 -1.052
SP Várzea Paulista 56,2 47,1 -9,2 -1.294
SP Mauá 40,6 31,6 -8,9 -7.482
SP Taboão da Serra 27,1 18,3 -8,9 -4.511
SP Valinhos 35,8 27,0 -8,8 -3.047
SP Sertãozinho 51,3 42,5 -8,8 -6.772
RS Novo Hamburgo 39,4 30,6 -8,8 -8.027
SP Franca 40,6 31,8 -8,8 -5.912
SP Guarulhos 33,9 25,7 -8,2 -28.797
SP Ibitinga 54,9 46,8 -8,1 -1.776
MG Itajubá 39,8 31,7 -8,0 -2.455
SP Pindamonhangaba 38,1 30,2 -7,9 -1.975

Fonte: RAIS

O município de Guarulhos foi o que apresentou a maior redução em números absolutos de vagas de trabalho, com aproximadamente 29 mil postos de trabalho industrial a menos no período analisado  representando uma queda de 8,2% de participação do emprego industrial no município.

Dos setores com a maior perda de emprego industrial, se destacam a Indústria de Calçados (37 mil postos) e a Indústria Metalúrgica (30 mil postos). A maior concorrência com os produtos chineses foi um dos motivos que atingiu a produção e consequente perda de postos de trabalho nestes setores.

Setores com as maiores perdas de emprego industrial

UF

Município Setor com maior perda Perda de emprego do setor

Participação do setor no total das perdas do emprego industrial

BA

Itapetinga Indústria Calçados -9.417 99%
CE

Maracanaú

Indústria Têxtil

-3.315

77%

CE

Sobral

Indústria Calçados -4.490

100%

MG

Ipatinga

Indústria Metalúrgica

-13.158

100%

SP Jaú Indústria Calçados -4.698

90%

CE Horizonte Indústria Calçados -5.662 100%
AL Coruripe Alimentos e Bebidas -4.459 98%
SP Birigui Indústria Calçados -3.481 71%
RS Caxias do Sul Material de Transporte -10.643 42%
RS Campo Bom Indústria Calçados -1.016 48%
SP Santa Bárbara d’Oeste Indústria Têxtil -2.369 90%
SP Arujá Material de Transporte -599 66%
SP Diadema Indústria Metalúrgica -4.625 23%
PR Cambé Indústria Metalúrgica -1.052 100%
SP Várzea Paulista Indústria Mecânica -618 48%
SP Mauá Indústria Metalúrgica -2.636 35%
SP Taboão da Serra Indústria Química -1.226 27%
SP Valinhos Indústria Química -2.533 83%
SP

Sertãozinho

Alimentos e Bebidas

-2.885

43%

RS

Novo Hamburgo Indústria Calçados -4.390

55%

SP Franca Indústria Calçados

-4.283

72%

SP Guarulhos Indústria Metalúrgica -8.190

28%

SP

Ibitinga Indústria Têxtil -1.640 92%
MG Itajubá Elétrico e Comunicação -1.172

48%

SP Pindamonhangaba Papel e Gráfica -783

40%

Fonte: RAIS

A indústria vem perdendo espaço na economia nacional. Além disso, o Brasil tem permitido a entrada de produtos asiáticos sem maiores problemas no mercado brasileiro competindo com a indústria nacional em condições vantajosas.

Quando exportamos commodities ou bens de baixo valor agregado e importamos produtos industrializados, estamos exportando empregos que irão gerar renda e bem estar em outros países. O Brasil não pode deixar que sua indústria morra para se satisfazer como exportador de commodities. Um país que quer crescimento sustentável precisa ter sua indústria fortalecida.

É na indústria que os empregos são gerados e a tecnologia é desenvolvida. Quando aplicamos conhecimento, agregamos valor às matérias primas. Fortalecendo a indústria, o Brasil pode deixar a posição colonial de exportador de recursos naturais para se tornar um fornecedor de conhecimento e inteligência ao resto do mundo. A reversão do processo de desindustrialização brasileiro é urgente. Se quisermos ser em um país competitivo, onde a geração de riquezas é promotora do desenvolvimento econômico sustentável.

 

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